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Seminário da Soja: entrevista com Jackson Fiorin - manejo do solo para o plantio direto

Atualizado em 18/09/2018
Seminário da Soja: entrevista com Jackson Fiorin - manejo do solo para o plantio direto

Entrevista concedida por Jackson Fiorin a Zizi Machado, para o programa Espaço Livre da Rádio Cotrisel, sobre a sua palestra no Seminário da Soja 2018: Manejo e conservação do solo: os desafios do sistema plantio direto.

 

Jackson: A proposta da palestra, hoje, diz respeito ao manejo, ao cuidado do solo, mais focado na conservação. A conservação do solo tem como objetivo manter ou melhorar o potencial produtivo do solo.

A minha abordagem será mais a conservação do solo, principalmente o manejo, o cuidado com as lavouras, que são conduzidas na forma do plantio direto. Então a soja, aqui na região, na parte de coxilha, temos uma área expressiva de solos bastante arenosos na parte superficial, então o manejo e o cuidado do solo se tornam muito importantes em relação a alguns períodos do ano em que o solo fica menos protegido. E a ocorrência de chuvas não é uma situação que ocorre somente aqui na região, em outras regiões do estado é também bastante presente, o escoamento superficial, a presença de situações dentro das lavouras, muitas vezes em pontos da lavoura, em algumas outras lavouras uma situação mais generalizada da erosão. A erosão em cima de áreas que mesmo manejadas com o plantio direto.

Então o que a gente tem percebido: situações, principalmente logo após a colheita da soja, em que o solo fica menos protegido, e muitas vezes também há um atraso na decisão e na execução da semeadura de uma nova cultura, e nessa entressafra, principalmente após soja, o solo fica menos protegido e a ocorrência de erosão é muito presente, não só aqui na região, mas também em outras regiões do estado.

Há alguma situação de manejo, principalmente em algumas áreas que integram a lavoura pecuária, que quando o manejo com a pecuária, da forma que é feito, deixa uma menor palhada na superfície do solo para ser implantada a soja lá no final de outubro, início de novembro. E também é um período crítico e a gente precisa refletir em algumas mudanças, algumas alternativas para melhorar esse sistema produtivo, mantendo a produção da pecuária, que é muito importante, e na verdade a região de São Sepé tem algumas questões que nenhuma outra região tem, que é uma genética de pecuária realmente diferenciada e que nós podemos e devemos integrar essa pecuária de uma forma mais eficiente com a lavoura de soja. Já existem casos de propriedades que já fazem um bom manejo integrando a lavoura com a pecuária, então se verifica que é possível fazer, porque já tem produtores da região que já conduzem de uma forma mais eficiente e que realmente mantém uma melhor proteção do solo, uma maior conservação, e o resultado de tudo isso é uma maior produção de soja, uma melhoria da qualidade e do potencial produtivo do solo, integrando a pecuária com o potencial de produção de pasto, a produção de carne e aumentando a renda da propriedade.

 

Zizi: O senhor comentou com relação às chuvas: nós temos, pelo prognóstico que foi apresentado neste Seminário, justamente a possibilidade de termos El Niño. E diante disso, como tratar do solo? É mais complicado tratar excesso hídrico do que falta de água?

Jackson: Na verdade o cuidado do solo deve ser independente da previsão climática. Lógico que há preocupações em relação ao que possa vir a ocorrer. Entretanto a gente propõe uma melhoria na qualidade do solo, não somente por questões que venham a ocorrer de excesso de chuva, porque consequentemente, se nós não temos uma proteção do solo vai ter problemas de erosão e degradação do próprio potencial produtivo do solo. Ao contrário, se a gente não tem um bom manejo no plantio direto, uma boa conservação do solo, em anos que falta chuva também o problema persiste limitando o potencial produtivo porque se o solo não tem uma boa condição de permitir que a raiz cresça, se desenvolva e busque de uma forma eficiente água e nutrientes, o potencial produtivo também fica limitado. Então o cuidado com o solo tem que fazer parte da preocupação do produtor, em relação da realidade de cada propriedade, cada uma tem as suas particularidades, e ajustar uma maneira que visa conservar e melhorar a qualidade desse solo.

 

Zizi: Com relação ao sistema do plantio direto: o tema da palestra já diz “os desafios do sistema de plantio direto”. Quer dizer que é desafiador para o produtor hoje realizar o sistema de plantio direto justamente nessa relação que é o cuidado no manejo do solo?

Jackson: Exatamente, porque dentro da realidade, hoje você conciliar uma proteção do solo com agregação de renda, existem já algumas propriedades que conseguem fazer isso de uma forma mais eficiente. Então é um desafio para que um número maior de produtores entenda que é possível fazer, embora precise de um replanejamento da propriedade, considerando as particularidades de cada propriedade e, dentro desse contexto, fazer um melhor manejo.

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